A maioria de nós tem uma noção de que os mortos ficam enrijecidos e frios, tanto que é bem complicado de movê-los, mas porque isso ocorre?
Bom, o culpado disso são os músculos, esse sistema que permite nos movimentar, produzir calor e resumindo nos mantêm vivos até certo ponto, depois que morremos se contrai endurecendo o que chamamos de Rigor Mortis.
Mas vamos começar do inicio para entender um pouco sobre esse processo. Primeiramente os músculos são divididos basicamente em 3 tipos: músculo estriado esquelético, músculo estriado cardíaco e músculo liso. Para abordar esse tema iremos trabalhar com o músculo estriado esquelético, que é o principal responsável por deixar humanos e até animais duros após a morte.
O músculo estriado esquelético é formado por fibras musculares, que são células alongadas que contém em seu interior inúmeras mitocôndrias e miofibrilas. Essas miofibrilas são formadas por túbulos T, retículo sarcoplasmático ( que é a mesma coisa que o retículo endoplasmático mas só muda o nome por estar em uma célula muscular) e os sarcômeros. Esses últimos são formados por actina e miosina, e é o que da aspecto estriado para a célula.
OK, uma vez em mente essas estruturas vamos ao processo de contração muscular...
A contração muscular é o encurtamento do sarcômero, que é resultado do deslizamento entre actina e miosina. Esse deslizamento depende de um mecanismo celular que necessita de ATP (fonte de energia das células) e íons de cálcio. Quando o sistema nervoso envia um sinal para a fibra/célula muscular, está muda a concentração de íons de cálcio em seu interior (fibra/célula muscular), que por sua vez esses íons de cálcio alteram o arranjo de algumas proteínas reguladoras que permitem a ligação da actina com a miosina lá do sarcômero. Por sua vez, um filamento (actina e miosina) desliza sobre o outro , encurtando o sarcômero e contraindo o músculo.
Porém, o relaxamento muscular é totalmente ATP-dependente, ou seja, sem energia o músculo permanece contraído. O relaxamento se deve a separação entre os filamentos de actina e miosina. Os íons de cálcio são retirados do citoplasma das células, aquelas proteínas reguladoras retornam para o seu arranjo original, e por fim a actina e miosina desligam uma da outra. Mas lembra que eu falei que esse processo é ATP-dependente, então, sem energia os filamentos de actina e miosina permanecem ligados um no outro, e o músculo fica contraído.
E finalmente chegamos na parte que todos esperavam! Quando morremos, a concentração de cálcio nas células aumenta fazendo os músculos contraírem, porem pelo fato de estarmos mortos, não temos ATP para fazer esses músculos relaxarem novamente, ou seja, acontece o Rigor Mortis.
E ainda bem que isso acontece, imagina a pessoa tendo espasmos no caixão durante o velório...
Aplicação didática: o conteúdo pode ser abordado em turmas do ensino médio quando for discutido sistema muscular, sendo levado como complementação ou curiosidade, principalmente por tentar trazer de uma forma simplificada os processos de contração e constituição muscular.
Referências conteúdo:
· MORAES, Gabriela V. ; Por que os mortos ficam duros? . Disponível em:< https://biologiaparabiologos. com.br/por-que-os-mortos- ficam-duros/ >; Acessado em : 27 out. 2019.
· NUNES, Teresa; O que acontece quando a gente morre?. Disponível em:< https://pontobiologia.com.br/ o-que-acontece-quando-a-gente- morre/ > ; Acessado em: 27 out. 2019.
Referencias imagens:
· Gif thriller Michael Jackson – Disponível em: < https://www.google.com/search? q=gif+thriller+michael+ jackson&safe=active&client=ms- android-om-lge&prmd=ivn&sxsrf= ACYBGNRYwsfFTTFTVLJJb9XS- pItLzyeyw:1572232676999& source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved= 2ahUKEwjH392R_ 73lAhW7HLkGHSdKAn0Q_ AUoAXoECAsQAQ&biw=360&bih=517# imgrc=332Vf5DvnpRFeM >. Acessado em: 28 out. 2019
· Imagem constituição muscular – Disponível em: < https://biologiaparabiologos. com.br/por-que-os-mortos- ficam-duros/ >Acessado em: 28 out. 2019
· Gif actina e miosina – Disponível em: < https://www.google.com/search? q=gif+actina+e+miosina&safe= active&client=ms-android-om- lge&prmd=ivn&sxsrf= ACYBGNS2ystukGWFGoWKR9xgM2GdMg 6c_w:1572231918821&source= lnms&tbm=isch&sa=X&ved= 2ahUKEwilhpqo_ L3lAhXbILkGHUuMB6sQ_ AUoAXoECA4QAQ&biw=360&bih=517& dpr=2#imgrc=2utDr4VM69v20M > . Acessado em: 28 out 2019
1_BIO_LIC_NB_LOREN_DOS_SANTOS
ResponderExcluirAssunto muito interessante, e o que mais gostei foi como ele foi abordado, foi descrito de uma forma mais fácil de se compreender, já que o tema não é tão simples.
O blog anatomia em foco agradece a sua contribuição!
Excluir1_BIO_LIC_NB_NICOLE_CANAREK.
ResponderExcluirGostei muito da sua matéria e do formato que você abordou explicando primeiro os diferentes músculos para depois explicar como ocorre a contração. O assunto fica mais interessante, quando observamos seu contexto histórico e que antigamente esse tema era tabu, por acreditarem trazer os mortos a vida.
O blog anatomia em foco agradece a sua contribuição!
Excluir